Os Atletas Olímpicos que quase não chegam ao Rio...
As competições Olímpicas por vezes elegem os seus vencedores por uma questão de milissegundos. Os atletas dedicam-se anos a fio para se apresentarem na condição quase sobrehumana e carregam nos ombros a pressão de um desafio de classe mundial. Mas todos estes sonhos podem cair por terra se os atletas não chegarem a tempo de competir, ficando presos nos aeroportos por voos atrasados e cancelados. Foi esse o caso de alguns atletas olímpicos que viram demorada a sua chegada ao Rio, com atrasos que originaram mais atrasos em escalas e até mesmo bagagens perdidas, entre outras situações.
Os passageiros que partem ou chegam a um país membro da União Europeia, numa companhia aérea com sede num destes países, têm direito a indemnizações por voos atrasados (por mais de 3h), cancelados ou sobrelotados, seguindo o regulamento EC261. A lei aplica-se todo o ano e em dois minutos fica a saber se o seu voo cumpre os requisitos para receber esta compensação.
Mesmo que cheguem a tempo das suas competições, as dores de cabeça de viagens que correram mal podem afectar a performance dos atletas. Estes atrasos podem mesmo acabar com o sonho de ganhar a tão desejada medalha de ouro.
Recolhemos alguns exemplos de atletas olímpicos que viveram verdadeiros pesadelos para chegar até ao Rio de Janeiro, exemplos de como a lei pode ou não ajudar. É a prova de que nos Jogos Olímpicos trabalhar muito e ter um talento natural são a escada de acesso, mas a logística é mesmo a chave…
Medalha de Bronze: Alex Ngan
A viagem de Alex Ngan, atleta de natação pelos EUA, correu mal logo na partida, com um atraso de 40 minutos desde Oakland, segundo a Sports Illustrated. Este atraso levou-o a perder o voo de ligação em Salt Lake City para Omaha.
E ao chegar a Salt Lake City, já não existiam mais voos a partir nessa noite. Alugou um carro e seguiu viagem para estar em Omaha antes das 9 da manhã do dia seguinte, ligação de carro de cerca de 12h. Mas Alex esqueceu-se de um pormenor – a diferença horária. A meio caminho, apercebeu-se que não conseguiria chegar a tempo.
Infelizmente a situação de Alex não está contemplada pelo EC261; esta legislação não contempla voos domésticos nos EUA.
Medalha de Prata: Johny Akinyemi
Johny Akinyemi, atleta de canoagem nigeriano, viu o seu voo entre Manchester e Frankfurt atrasar-se 1h30 devido ao mau tempo, fazendo-o perder a consequente ligação, segundo o Mirror.
Ficou em lista de espera por um voo alternativo mas todos os voos para o Rio acabaram por esgotar. E a juntar a este problema, apenas duas companhias têm condições para transportar as suas canoas.
Johny partilhou no Twitter que acabaria por chegar ao Rio. Embora todo o pesadelo, a situação que o atleta viveu também não está contemplada no EC 261. Segundo o regulamento, os atrasos causados por mau tempo são uma situação que as companhias não podem controlar e, por isso mesmo, não podem ser responsabilizadas.
Medalha de Ouro: Mariel Zagunis
A atleta norte-americana de esgrima e vencedora de duas medalhas de ouro Mariel Zagunis tinha previsto fazer um estágio na Polónia semanas antes dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Mas algo aconteceu na viagem entre o estado de Oregon e Varsóvia. Segundo o KGW o equipamento de Mariel andou perdido durante dois dias sem que a companhia aérea ou o aeroporto o conseguisse encontrar. Eventualmente acabaria por chegar à Polónia, como a atleta divulgou no Facebook, e não será apenas esta bagagem perdida que lhe vai chegar às mãos.
Segundo a Montreal Convention, os passageiros que reclamem por bagagem perdida ou danificada pode receber até $3,500 por voos domésticos ou $1,549.32 por voos internacionais
É um longa viagem até aos Jogos Olímpicos, tal como saber interpretar as leis e defender os nossos direitos.
Cerca de 85% dos passageiros não conhecem os seus direitos. Não seja um deles.
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